sábado, 2 de julho de 2022

O PECADOR DIANTE DO DEUS SANTO!

 


 

Isaías 6.1-7

 

Temos diante de nós uma das passagens mais notáveis do A.T que justifica a doutrina da revelação divina. A experiência que o profeta Isaías teve lhe deu certeza da sua vocação e chamado. A visão apresentou ao profeta a grave condição da religião do seu povo, como também a situação política de Israel.

Isaias, como Amós e Oséias, e como os seus sucessores Jeremias e Ezequiel, sentiu-se constrangido para entregar ao povo rebelde a mensagem que recebeu do Senhor, e assim deixar os resultados da sua pregação com o Senhor. Isaias teve a visão do Senhor sentado em um trono de glória, por volta do ano 742 a.C, ano da morte do rei Uzias.

Precisamos refletir algumas verdades nesta passagem para o nosso fortalecimento e edificação espiritual.


NOS TEMPOS DE CRISE, DEUS APARECE AO SEU POVO

 

A nação de Israel estava passando tempos de crise. Havia corrupção religiosa e política. O juízo divino estava vindo sobre a nação e as causas estão registradas no capitulo 3.8-12:

 

1.    A anarquia de Jerusalém e Judá resultará do aumento das iniqüidades vergonhosas do povo.

 

2.    A blasfêmia da língua e as obras da injustiça desafiavam a gloriosa presença do Senhor.

 

3.    Os pecadores mais culpados são os chefes políticos e religiosos.

 

O povo de Deus tornou-se ingratos para com Deus; a nação se afundou em pecados, trazendo assim a ruína para si mesmo. Este é um resumo do quadro social e religioso da nação de Israel. Uma nação que estava sucumbindo em seus pecados. Uma nação em crise.

Foi diante deste quadro, que Isaias teve uma visão de Deus. Hoje Deus fala para uma nação que está em crise. Crise econômica, política, social e religiosa. Is 5.20. Como nos dias de Isaías, nossa nação tem se afastado de Deus. Deus tem falado, mas até o seu próprio povo tem fechado os ouvidos para não ouvir sua voz. Como nos dias de Isaías, Deus tem levantado mensageiros fiéis a sua Palavra, para falar ao seu povo, porém, muitos tem evitado ouvir a voz do Senhor.

Um dos pecados que entristece o Senhor é a ingratidão e infidelidade.

 

DEUS FALA-NOS AOS NOSSOS CORAÇÕES NOS TEMPOS DE CRISE, QUANDO BUSCAMOS A SUA FACE

 

 

A visão do profeta acontece quando ele vai buscar a Deus no templo. “... e o seu séquito (comitiva” ou “cortejo) enchia o templo” v. 1. O profeta se sente mau, pois estava diante da santidade plena de Deus, (Is. 6.5). Há um reconhecimento de quem é Deus e quem é o ser humano. Deus Santo e o homem pecador.

O texto que lemos nos mostra que Isaías viu o Senhor. Não foi um sonho. Não foi uma alucinação. Isaías teve um encontro pessoal com o Senhor. Isaías chegou ao Templo para adorar ao Senhor, na esperança de conforto nesta hora de crise na história do seu povo.

É nas horas de crise que buscamos a Deus. Deus fala com o seu povo nas horas de crise. As vezes para nosso conforto e consolo, muitas vezes para vermos onde estamos falhando. Deus está falando!

 

 

PARA ESTARMOS DIANTE DE DEUS É PRECISO RECONHECER QUEM NÓS E QUEM DEUS É.

 

 

Isaías reconheceu que estava diante da suprema santidade de Deus. Ele contemplou a glória de Deus. Isaías olha para si mesmo e para a sua nação. (V. 5).

 

1.    “Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros...”;

2.    “... e habito no meio de um povo de impuros lábios...”;

3.    “... os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos”.

 

Isaías se preocupa com a sua condição diante de Deus: Homem de lábios impuros e habitava no meio de pessoas de impuros lábios.

Nenhum homem veria a Glória de Deus e ficaria vivo para contar a história (Êx 33:20). Isaías conhecia esta verdade, por isso ele diz: “Ai de mim! Pois estou perdido... os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos”

Quando Isaías reconhece sua condição diante de Deus, Deus o purifica e o qualifica para realização da sua obra. (Vs. 6, 7).

O mesmo acontece conosco, quando reconhecemos a nossa pecaminosidade e reconhecemos a santidade de Deus, Deus nos perdoa, purifica e nos habilita para realização da sua obra. (1 Jo 1:9). 

CONCLUSÃO: 

Isaías teve uma visão esplendida do Senhor e um chamado maravilhoso. Nós também podemos e temos essa visão de Deus. Deus nos habilita para a realização da sua obra, mas para isso, é preciso que venhamos nos reconhecer e reconhecer a santidade do nosso Deus.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

ELE NOS DEU VIDA!

 


Efésios 2.1-8

 

Como salientamos em mensagens anteriores, Paulo quando escreveu esta carta, estava preso em Roma, por isso ela faz parte da conhecida coleção de epistolas da prisão.

Estes versos que lemos nos traz um breve panorama que tematiza a salvação destinada aos eleitos, como vimos em Ef 1.4. Iremos refletir três pontos fundamentais para compreendermos como se dá o processo de salvação do homem. Primeiro buscando entender que o ser humano sem Cristo não passa de um “zumbi”, só que ao contrário, é vivo neste mundo e morto para Deus; em segundo lugar, observaremos a respeito da Ira de Deus sobre os pecadores, ira e não amor; por ultimo, refletiremos que o homem só pode ser avivado por uma ação externa, ação essa efetuada pelo próprio Deus.

Ao final desta reflexão, reavaliaremos cada ponto aqui tratado, trazendo assim, um reflexão aos nossos corações.

 

O HOMEM SEM CRISTO ESTÁ MORTO (v.1)

 

A Bíblia relata a existência de dois tipos de morte: A morte Física e a morte espiritual. A morte física como sabemos, é a separação do corpo do espirito, conforme afalado em Gn 3:19.

A morte física, porém, é a separação do espirito com Deus, que se dá de duas formas: Nesta vida, como expresso em Ef 2:1 e na vida eterna, melhor, uma eternidade sem Deus, a morte eterna.

Paulo fala aos crentes que foram vivificados, aqueles que um dia estiveram mortos espiritualmente, mas pelo poder e sacrifício de Cristo, voltaram a viver para Deus. Foram transformados, regenerados. Paulo é claro quando diz: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados...” (v. 1).

O entendimento é que nós éramos mortos para Deus. Não tínhamos nenhuma vontade de ir até Deus, por isso o vir até ele não dependeu de nós, mas de Deus nos dar vida. O ato foi externo, ou seja, Deus nos vivificou estando nós mortos em delitos e em Pecados. A única coisa que tínhamos de Deus, era a ira eterna, pois “éramos por natureza filhos da ira”, (v. 3).

Essa morte Espiritual é a, segundo John MacArthur, “total depravação e perdição, resultando numa incapacidade absoluta de conhecer ou agradar a Deus”.

 

O HOMEM SEM CRISTO ESTÁ DEBAIXO DA IRA DE DEUS. (Vs. 2 e 3).

 

Paulo continua afirmando que nós andávamos pelo caminho da perdição, “em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo”, (2ª). Paulo se refere a estrutura do mundo ímpio, um mundo que segue os valores opostos a Deus. Nós andávamos neste sistema de oposição a Deus. Do fato de que seguíamos as potestades do ar, que são as entidades contrárias a um modo de vida que agrada a Deus e à sua Lei.

A sociedade atual tem nutrido o pensamento de que Deus ama todas as pessoas, independente se praticam o bem ou mal diante de Deus e também do Próximo. Estes não aceitam a verdade de que todos aqueles que se opõem a Deus e a sua Palavra, estão debaixo da sua ira e não do seu amor. Paulo deixa claro que antes de andarmos nos caminhos do amor de Deus, andávamos nos caminhos da ira de Deus, pois “éramos por natureza filhos da ira, como os outros também”. Paulo nos iguala a sociedade ímpia, antes da conversão, pois como os outros “andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (3a), por isso “éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (3b).

Por isso a igreja é a “Voz do que clama no deserto”. A igreja deve clamar para que os ímpios “Endireitem as suas veredas" (Mateus 3 : 3), pois Jesus está voltando. Quando a igreja se cala as pedras clamam, (Lc 19:40). O apostolo Paulo afirma em Romanos 1:18 que “...a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens...”. O homem sem Deus não pode se voltar para Deus pelo fato de estar debaixo da ira de Deus.  Deus está irado com a humanidade caída pelo fato de não haver “nenhum justo, nem um sequer” (Rm 3.10). Os caminhos do homem natural são contrários aos caminhos de Deus, porque “Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus...; Não há quem faça o bem, não há nem um só (Rm 3. 11, 12). Por isso “... o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Cor 2:14).

Ao refletir sobre estas verdades, conclui-se que o homem sem Deus não é alvo do amor salvador de Deus, mas da ira condenatória de Deus. Por isso devemos avaliar as nossas vidas neste mundo e andar como filhos da luz (Ef 5.8).

 

AS MISERICÓRDIAS DE DEUS NOS PROPORCIONOU A VIDA NÃO PARA ESTE MUNDO, MAS PARA DEUS (Ef 1.4-6).

 

O aposto Paulo esclarece que embora tenhamos nascido mortos em pecado e por consequência alvos da justa ira de Deus, Deus sendo misericordioso nos vivificou. Essa vivificação está fundamentada no muito amor de Deus para com os seus eleitos, pois Ele “que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou...” (Ef 2.4), nos deu vida. Antes mortos para Deus; éramos inanimados, não tínhamos poder decisivo, pois morto não tem vontade própria, ele depende de uma ação externa para ser transportado e ter movimento. A ação externa partiu do próprio Deus e não nossa, pois não tínhamos vontade própria para aceitar ou rejeitar a Deus, a nossa salvação além de ser um ato de misericórdia, também foi uma ação da graça Soberana de Deus, por isso Paulo lembra a igreja que “pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 1.8).

A Graça é o favor imerecido de Deus para com o homem. Nenhum ser humano é merecedor da salvação que lhe dar, mas mesmo assim, Deus o salva. As obras dos homens são obras carnais, divorciadas de uma postura que agrada a Deus. Deus disse que “somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Is 64:6).

Se somos salvos, é porque mesmo sem merecer, Deus nos amou. “...pelo seu muito amor com que nos amou...” (Ef 2:4b), não por que merecemos, ou porque somos bons aos olhos de Deus, pois somos os piores pecadores, é isso que Paulo reconhece em 1 Tm 1.15 quando diz que: “Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu SOU O PRINCIPAL”.

 

CONCLUSÃO:

 

O que devemos aplicar? 

Primeiro, devemos entender que sem Cristo estamos mortos e não podemos fazer absolutamente nada para revivermos.

Segundo, devemos entender que o pecado faz uma divisão entre nós e Deus, pois o pecado provoca a santa Ira de Deus. 

Finalmente, se somos salvos é unicamente por causa da Graça de Deus revelada em Cristo a qual foi direcionada a nós. Não por obras, pois as nossas boas obras são como trapos de imundícia. Foi Deus que nos amou primeiro e não o contrário. (1 João 4:19).

 

 Pr. Davi Nascimento

 

sábado, 30 de outubro de 2021

OS REFLEXOS DA REFORMA RELIGIOSA DO REI JOSIAS NOS DIAS DE HOJE. (Comemorando 504 Anos da Reforma Protestante)

2 Reis 22:1-10


A igreja do Senhor Jesus sempre passou por reformas. As reformas são necessárias, pois como seres humanos, tendemos sedução dos erros e desvios doutrinários que nos fazem pecar contra a Palavra de Deus.

No dia 31 de Outubro, as igrejas confessionais comemoram 504 anos da Reforma Protestante e hoje, como igreja confessional, também estamos comemorando este dia tão celebre para a igreja. Ela nos traz reflexões sobre a nossa vida com Deus e o que devemos reformar na nossa prática de culto ao Senhor.

A pergunta a ser feita nesta noite é, “qual a relevância da reforma para os nossos dias?”, nos dias de hoje, ainda há necessidade de a igreja reformar, ou apenas a reforma de 1517 foi suficiente?

O presente artigo tem como objetivo refletirmos a respeito da reforma promovida pelo rei Josias e quais as necessidades da igreja está sempre se reformando nos dias de hoje.

 

AS REFORMAS ACONTECERAM PELO FATO DE SE BUSCAR A FIDELIDE EM DEUS E EM SUA PALAVRA.


No texto lido observamos que Josias foi qualificado como aquele que “fez o que era RETO AOS OLHOS DO SENHOR, como também procurou andar nos caminhos do Senhor (2 Reis 22:2) Josias afastou-se dos caminhos e praticas do seu avô e também do seu pai, que conforme 2 Reis 21:2, 20 fizeram “...mau aos olhos do SENHOR...”.

O rei Josias tinha apenas 8 anos de idade quando começou a reinar em Jerusalém. O reinado de Josias foi marcado por uma grande reforma religiosa em Israel. A reforma foi necessária, pois o povo de Deus havia se desviado dos caminhos do Senhor. Até o livro da lei havia sido esquecido, pois este estava perdido.

No décimo oitavo ano do seu reinado, Josias ordena que o templo seja restaurado e lá o livro da lei havia sido encontrado pelo Sacerdote Hilquias no templo. Isso nos mostra o declínio espiritual da nação. Entendemos que há anos o serviço de culto a Deus havia cessado, ao ponto do templo está em estado de abandono (v.5). O livro da lei não era mais lido, como também o culto ao Senhor havia sido deixado de lado.

O rei Josias poderia investir para que seu reinado se tornasse um reinado forte; Poderia investir para que o seu nome ficasse conhecido na história como o rei que melhor administrou o seu reino, mas ele entende que tudo isto seria apenas vaidade e que investir no Reino de Deus era a melhor opção.

 

OS IMPACTOS PRODUZIDOS PELA REFORMA.


O inicio da reforma de Josias, se deu pela reforma estrutural do templo, seria a principio, uma reforma externa. Era necessária também uma reforma interna e espiritual; O culto precisava ser restaurado; a liturgia, os louvores a pregação da Palavra de Deus, precisava ser o centro da vida religiosa do povo.

O termo “... Achei o livro da lei...” Até aquele momento, o paradeiro do livro era desconhecido. O entendimento é que o livro estava desaparecido. Quando a Palavra de Deus é esquecida, ou deixada de lado, o povo tende a fazer as coisas para Deus à sua própria maneira. Os desvios doutrinários acontecem; o culto deixa de ser Teocêntrico para ser Antropocêntrico.

Por ocasião ao desaparecimento do livro da lei, o paganismo imperava sobre o Israel de Deus. Manassés, avô de Josias e Amon, o pai de Josias, haviam abandonado os caminhos do Senhor e trazido a idolatria para substituir o culto verdadeiro ao Senhor.

O rei Manassés “... tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha destruído, e levantou altares a Baal, e fez um bosque como o que fizera Acabe, rei de Israel, e se inclinou diante de todo o exército dos céus, e os serviu”. (2Reis 21:3). O rei Amon, “... andou em todo o caminho em que andara seu pai; e serviu os ídolos, a que seu pai tinha servido, e se inclinou diante deles”. (2Reis 21:21).

O ambiente no inicio do reinado de Josias era desolador. A adoração havia sido extinta a muitos anos e até o livro da lei havia sido perdido. Ao encontrar o livro da lei, o fio de esperança de trazer o culto ao Senhor é reacendido. A expectativa de que Deus abençoaria seu povo, se torna algo real.

A primeira atitude de Josias, quando Safã, o escrivão leu o livro da lei diante dele, Josias “rasgou as suas vestes”. (V. 11) O rasgar as vestes simbolizou ele e o povo tinham uma causa justa para o remorso por causa da desobediência pessoal e nacional.  

O primeiro passo para uma reforma religiosa é o reconhecimento do pecado acompanhado de arrependimento e disposição para corrigir o erro. Foi isso que Josias fez. Não parou apenas no “rasgar vestes”, ele procurou agir para corrigir o pecado da nação. (2 Reis 22:13)

Deus estava irado com a nação, pois haviam transgredido a sua lei e cultuado a outros deuses. O templo havia sido abandonado, a lei perdida, por isso a ira de Deus pairava sobre o povo desobediente. (Vs 15-17)

 

HAVENDO REFORMA, HÁ TAMBÉM AQUELES

QUE SE OPÕEM AS MESMAS.

 

Josias manda consultar a Palavra de Deus através da profetisa Hulda e esta Palavra consistia de duas vertentes:

 

1.    A ira de Deus havia sido acesa e o julgamento viria sobre o povo por causa das práticas idólatras (15-17)

 

2.    Josias, o rei de Judá (18) não viveria para ver a destruição e a desolação resultante do derramamento da ira de Deus (18-20).

 

A oposição vem pela ausência de disposição de fazer o que é certo. Nem todos estavam dispostos a se voltarem a Palavra de Deus, o exemplo disto, é que Deus permitiu que o povo fosse levado para o cativeiro na Babilônia. Isso não impediu que Josias fizesse o que era reto aos olhos do Senhor, pois nos versículos 7 à 20 ele fez uma reforma radical destruindo tudo aquilo que era contrário ao culto verdadeiro ao Senhor.

Toda essa reforma teve como base um retorna às Sagradas Escrituras. Os ritos pascais foram retomados; o culto a Deus passou a ser observo e toda a idolatria havia sido banida do meio do povo. Embora havendo opositores,

 

CONCLUSÃO:

As reformas religiosas dos tempos do rei Josias reportam a pré-reforma e Reforma protestante do séc. XVI, pois a intenção foi romper com tudo aquilo que era contrário a Sagrada Escritura.

Como nos dias de Josias, em 1517 houve a necessidade de um retorno radical às Sagradas Escrituras e o rompimento com toda a prática idolatra. O culto nos tempos de Josias voltou a ser Teocentrico, como também nos dias da Reforma do Sec. XVI.

Nos dias de Hoje verifica-se que há uma necessidade de uma nova reforma no seio das igrejas protestantes, pois como nos dias de Josias e também de Lutero, parte das igrejas estão abandonando a centralidade das Escrituras Sagradas; a centralidade do culto a Deus, resumindo-se apenas em práticas antropocêntricas, ou seja, a pratica de culto que tem como objetivo agradar aos homens, embora desagrade a Deus.

A Confissão de Fé de Westminster no capitulo 21, seç. 1, nos traz uma reflexão a respeito da forma de cultuarmos a Deus e a base para o culto:

“[...] o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade revelada que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro modo não prescrito nas Sagradas Escrituras”. 

 

sábado, 23 de outubro de 2021

A ORAÇÃO QUE AGRADA A DEUS!

 

Éfesios 1:15-23



Geralmente as orações feitas por muitas pessoas, são voltadas para si mesmas, buscando os seus próprios interesses.

Há aqueles que oram para que Deus as abençoe, há também aqueles que rogam para encontrar uma vaga no estacionamento, ou por uma “porta de Emprego. Mas há também aqueles que oram para que Deus as perdoe por alguma falha cometida e que Deus lhes deem condições para que viva, apenas para Deus.

As perguntas são: Que papel a oração exerce em nossa vida diária? Qual a oração que agrada a Deus?



O QUE SIGNIFICA ORAÇÃO PARA O CRENTE?

 

 

Oração significa: companheirismo e comunhão com Deus envolvendo adoração, veneração, louvor, agradecimento, súplica, pedido, confissão, arrependimento, meditação, dedicação e intercessão.

A oração que o crente dirigi ao Senhor está baseada na certeza de que Deus ouve seus filhos, a oração do cristão é dirigida a Deus Pai por meio e em nome de Jesus Cristo, seu filho. Ler Mt 7:7-11.

A oração revela as necessidades do ser humano ao mesmo tempo que revela-nos a graça de Deus em favor dos seus filhos. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á”. (Mt 7.7).

Quem pede é por que tem necessidade de pedir, por isso Jesus insistiu que seus discípulos pedissem “Peçam e receberão; busquem, e encontrarão; batam, e as portas se abrirão”.

Como afirma John MacArthur: “A oração pessoal é modelada pela consciência da presença de Deus. A oração comunitária é um sopro vivo da igreja.


 

PORQUE DEVEMOS TER UMA VIDA DE ORAÇÃO?

 

 

Quando vivemos uma vida de oração, resistimos as constantes investidas de Satanás contra nós mesmo, nossa família e também a igreja. Ler Marcos 14:38.

 

O crente deve ter uma vida continua de oração, pois quando temos uma vida prática de oração, além de resistirmos as investidas de Satanás, também recebemos os dons que o Senhor confere aos seus santos (At 4:31).

A oração concede libertação e também cura os crentes das enfermidades espirituais e também físicas (Ef 6:18; Tg 5:15).

 

Quando perseveramos em oração, Deus abençoa a obra de evangelização, pois as Palavras que saem da boca daqueles que levam a preciosa semente, vem de Deus. (Col 4.2-4)

 


PELO QUE DEVEMOS ORAR?


 

Muitas pessoas oram pela saúde; por prosperidade; por emprego... em fim, orações muitas vezes voltadas as sua próprias necessidades. Mas a pergunta é, pelo que realmente devemos orar?

No texto que lemos, o apostolo Paulo primeiramente faz uma oração de gratidão pela igreja de Éfeso. Ele diz: “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações [...]”. (Ef 1.16).

Por que Paulo ora agradecendo a Deus pela igreja de Éfeso? A resposta é que a igreja havia evoluído na fé e no amor: “Por isso, ouvindo eu também a que entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso AMOR para com todos os santos...” Ef 1:15.

Esses doi intens deixaram o pastor Paulo muito feliz, pois “sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6) e o amor é a marca principal do cristão, como afirma o apostolo Paulo em 1 Cor 13:13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”.

Seguindo o exemplo de Paulo, o crente deve orar primeiramente para que Deus lhes dê o Espirito de sabedoria e de revelação. Não podemos ver o reino de Deus, para entrar nele, a não ser através do Espírito. (deve ser fortalecido).

Quando somos iluminados com Sabedoria e revelação do Espirito Santo, passamos a enxergar, como afirma Paulo, “qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (v.17), além da “sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós” (v. 18).

Precisamos aprender como realmente orar e o que devemos pedir em nossas orações.

 


CONCLUSÃO:


 

Ao refletirmos no texto lido, podemos entender de que forma devemos agradar a Deus através das nossas orações; Podemos realmente refletir sobre aquilo que pedimos em nossas orações, se realmente é essencial para as nossas vidas espirituais;

Também aprendemos que o que fortalece a nossa vida espiritual é termos um coração sábio, para agirmos em conformidade com aquilo que Deus requer de nós e também devemos orar para que o Espirito Santo agracie sua igreja com Espirito de revelação, para que a vontade de Deus seja revelada aos nossos corações através da sua Santa Palavra.

E finalmente, como crentes no Senhor Jesus, devemos ter constância na pratica da oração, como afirma Paulo em 1 Tessalonicenses 5.17, 18: “Orai sem cessar e em tudo devemos dar graças”.




Pr. Davi Nascimento

domingo, 17 de outubro de 2021

AS RICAS BÊNÇÃOS DOS CÉUS (Efésios 1.1-6)



Introdução

 

Conforme observado no titulo da epistola, a mesma foi endereçada a igreja que estava localizada na cidade de Eféso, cidade esta, que também era capital da província romana na Ásia (Ásia Menor, atual Turquia). Esta carta, como podemos ver na apresentação, foi escrita pelo apostolo Paulo (1.1).

Paulo escreveu esta carta, quando estava preso em Roma, entre os anos 60 e 62 a.C, sendo ela classificada como uma das chamadas “Epistolas da Prisão”.

A cidade de Eféso ficou conhecida pelo seu magnifico templo dedicado a deusa pagã Artemis, ou conhecida também como Diana. Este templo, segundo historiadores, como uma das sete maravilhas do mundo antigo.

A cidade de Eféso foi evangelizada inicialmente pelo casal Áquila e Priscilla, que foram deixados lá por Paulo em sua segunda viagem missionária, depois a igreja foi estabelecida por Paulo em sua terceira viagem missionária.

Paulo pastoreou esta igreja durante três anos, depois Timóteo a pastores durante 1 ano e meio, com o fim de combater o falso ensino propagado por dois presbíteros da igreja (Himeneu e Alexandre) (lTm 1.4, 7; 4:3).

Paulo escreveu esta epistola para declarar sua completa satisfação na graça redentora de Cristo Jesus. Mesmo preso, Paulo não havia abandonada sua esperança no redentor e essa esperança precisava ser compartilhada com os irmãos. O apostolo Paulo Bendiga o Nome do Senhor pelas bênçãos derramadas na vida da igreja Ef. 1.3). Que Bênçãos são essas? Por que devemos ser gratos?

 

DEUS NOS ABENÇOU COM A SUA SANTA ELEIÇÃO (v.4).

  

As bênçãos aqui enumeradas por Paulo, não são bênçãos terrenas, conquistadas pela força do homem, mas “[...] nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”. Por tanto as bênçãos que muitas vezes pedimos, ou queremos correr atrás, são bênçãos terrenas, as bênçãos de Deus vão mais além, elas são eternas.

Muitas pessoas discordam do fato de Deus ter escolhido uma parcela da humanidade para morar na eternidade. Porém o versículo 4 deixa claro que além de escolher, o essa escolha foi antes da fundação do mundo; antes do homem existir e ainda, antes do pecado infectar o ser humano.

Eleger significa tomar ou escolher algo de (para si mesmo). Precisamos entender não o por que Deus nos escolheu, como se em nós, Deus contemplasse algo motivador, mas para que Ele nos escolheu. Essa deve se a pergunta correta a se fazer.

Paulo responde que Deus nos escolheu com o propósito de “[...] que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (v. 4b).     Deus não nos escolheu para apenas frequentar a igreja, mas para sermos Santos (Separados do Mundo) e Irrepreensíveis (que não dá margem a repreensão).

O fundamento da igreja, de sua plena salvação do princípio ao fim, consequentemente também de sua eleição, é Cristo. Fomos eleitos em Cristo; Cristo morreu por seus eleitos e apenas por estes. A eleição, pois, é a raiz de todas as bênçãos subseqüentes. Esse processo de Escolha é eterno, antes da existência de todas as coisas. Deus elegeu-nos antes da fundação do mundo.

Ter certeza de que é um eleito de Deus, é saber que é portador de uma bênção imensurável.


 

DEUS NOS ABENÇOU COM A SUA SANTA PREDESTINAÇÃO (v.5).

 

Não devemos considerar a predestinação como uma atividade anterior a eleição, pois segundo Willian Hendriksen ela elucida o propósito da eleição, por tanto, ela é sinônimo da eleição. Em seu infinito amor, sem nada fora de si mesmo que o movesse, Deus separou seus eleitos para que fossem seus próprios filhos.

Deus destinou seus eleitos para que fossem membros de sua própria família (cf. Rm 8.15; Gl 4.5). Paulo afirma em Rm 8.15 que aqueles que foram eleitos não receberam “o espírito de escravidão, para outra vez estar em temor, mas receberam o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai”. Paulo nos diz também em Gl 4.5 que Deus enviou seu filho na plenitude dos tempos “para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”. Quando Deus adota, ele outorga seu Espírito! Essa adoção é por meio de Jesus Cristo, para si mesmo.

É pelos méritos de Cristo que recebemos o status de filhos, não pelos nossos próprios méritos. A evidencia da eleição e de fomos predestinados está no fato de externarmos o Espirito Santo em tudo o que fazemos neste mundo.

O predestinado evidencia a imagem de Cristo em sua vida. Paulo diz em Romanos 8:29: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”Se somos realmente predestinados, devemos viver como predestinados.

 

 

DEUS ABENÇOA A SUA IGREJA, PARA LOUVOR DE SUA PRÓPRIA GLÓRIA E DE SUA GRAÇA (Ef.1.6).

 

A eleição, que já foi descrita como uma predestinação para a adoção de filhos é para o louvor da glória de sua graça.            Toda ação foi executada pelo próprio Deus, por isso Jesus afirma em João 15:5 que Ele é a Videira, nós os ramos e que sem ele nada podemos fazer.

Hendriksen (2004) afirma de maneira contundente que “o alvo final, para o qual tudo mais contribui, é o reconhecimento adorativo (“louvor”) da excelência manifestada (“glória”) em favor dos indignos (“graça”) daquele a quem se denomina “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Não é para a nossa glória, não é para o nosso louvor; a eleição deve fazer com que o crente seja mais humilde, pois tudo foi planejado e executado por Deus. Nós não fizemos nada, por isso não temos que bater no peito afirmando que aceitamos ou deixamos de aceitar. Deus nos escolheu e isso é o que nos importa.

 

CONCLUSÃO:

 

 

O que devemos compreender e qual a lição para as nossas vidas?

 

Primeiro, Somos salvos pela graça e isso não vem de vós, é dom de Deus (Ef 2:8)

 

Segundo, Nossos esforções são inúteis para sermos salvos e entrarmos na glória eterna;

Terceiro, Se realmente somos salvos, devemos refletir Cristo em tudo o que fazemos;

Quarto, A Salvação não nos deve deixar orgulhosos e soberbos, mas humildes, pois não dependeu de nós, mas de Cristo.

Finalmente, não devemos esperar bênçãos neste mundo, pois as bênçãos do crente são eternas – “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3).

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REFERÊNCIAS:

Hendriksen, William. COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO: Exposição de Efésios e Exposição de Filipenses. 2ª Ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004.

MacArthur, John. Efésios: Estudos Bíblicos. Traduzido por Sergio Martins.

São Paulo: Cultura Cristã, 2011.

domingo, 10 de outubro de 2021

RELIGIÃO VIRTUAL AMEAÇA REAL

 


A Igreja de Cristo enfrentou diversas ameaças através dos séculos. Ameaças cristológicas nos primeiros séculos, ameaças eclesiológicas no primeiro milênio, ameaças do liberalismo teológico na modernidade e, nesses últimos tempos a virtualidade. O virtual já fazia parte da rotina de muitas pessoas, mas nos últimos dois anos fomos, sem exceção, obrigados a aderir a essa modalidade, assimilando práticas a ponto de vermos com certa naturalidade "culto online", "comunhão virtual" e, até mesmo, "ceia virtual" e "batismo à distância". Na realidade, a virtualidade deixou de ser uma simples alternativa e, passou a ser uma ameaça real ao Corpo de Cristo, pois, no conforto de seus isolamentos, os cristãos abandonaram a comunhão e embarcaram na sua igreja virtual. No início parecia uma saída um pouco desconfortável, mas plausível, que logo conquistou a simpatia e a adesão dos irmãos. A virtualidade nas atividades religiosas encontrou espaço no egoísmo do coração caído do homem, que rapidinho passou a defender tal prática como suficiente. A princípio mexeu um pouco, pois modificou a rotina; mas, depressa passou a ser mais atrativo, mais confortável, menos incômodo. Não havia mais necessidade de renunciar a si para estar com os outros, não havia mais necessidade de sair do conforto de casa, onde o EU se sente à vontade e senhor. Eu fortalecido, comunhão enfraquecida. A atividade virtual da igreja faz com que uma das marcas fundamentais da Igreja, como afirmado por Lucas: "todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum..." (At 2.42), seja abandonada, a comunhão. Grande número de cristãos passou a sentir-se confortáveis com devocionais online, cultos virtuais e, dar-se por satisfeitos por interagir no chat, visualizar o louvor e "curtir" o sermão. Individualidade solidificada, comunhão em erosão, e a consequência inevitável é a iminente perda de força da Igreja no mundo. Desde os tempos mais antigos Deus intentou reunir um povo para testemunhar sua glória ao mundo (Gn 12. 2-3; Êx 19.4-6). O povo de Deus reunido no mesmo lugar em adoração sempre foi o poderoso testemunho do Evangelho (Sl 96; Jo 17.21; 1Pe 2.9-10), e um meio de graça para cada cristão (1Pe 4.7- 10). O abandono da comunhão é o caminho da ruína, do enfraquecimento do povo de Deus, é o abandono da sua missão.

A religião virtual é uma ameaça real. Portanto, é urgente que os pastores despertem do seu sonho de influencer digital e comecem a pregar nos seus púlpitos o inegociável Evangelho de Jesus Cristo; que ensinem a respeito da comunhão cristã, sua necessidade e fim - para que o mundo creia. É urgente que cada cristão seja conscientizado da ameaça concreta que a igreja virtual é para a autenticidade do corpo de Cristo. É urgente que aqueles que creem perseverem unânimes no templo, tenham comunhão de casa em casa, louvem a Deus e contem com a simpatia de todo o povo, enquanto o Senhor lhes acrescente, dia a dia, os que forem sendo salvos.


Rev. Jaidson Araújo


_____________________________________________________________________Fonte: Igreja Presbiteriana do Recife. <https://adm.primeiraigreja.org.br//Content/imagens/arquivoscadastrados/Boletim%2003102021_z9xjhs8j.pdf> Acesso em 10/10/2021