João 8:32
Introdução: Ouvimos, falamos, percebemos e
notamos a verdade, porém devemos viver a verdade, e para vivermos a verdade é
preciso saber o que significa a verdade. A palavra verdade pode ter
vários significados, desde “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a
realidade”, ou ainda ser fiel às origens ou a um padrão. Usos mais antigos
abrangiam o sentido de fidelidade, constância ou sinceridade
em atos, palavras e caráter. Podemos dizer que uma pessoa
que diz andar na verdade, ela evidencia que é uma pessoa fiel, sincera em seus
atos, palavras e carater. Muitos pensadores davam grande importância a verdade
e como descobri-la em sua abrangencia.Podemos ver que a muito se busca pela
verdade:
- O
Escritor francês Albert declara que “A
primeira diligência do espírito é a de distinguir o que é verdadeiro do que é
falso”.
- Um outro escritor Francês chamado Anatole France declarou a seguinte
frase: “Gosto da verdade. Acredito que a humanidade
precisa dela; mas precisa ainda mais da mentira que a lisonjeia, a consola, lhe
dá esperanças infinitas. Sem a mentira, a humanidade pereceria de desespero e
de tédio”.
- Alain, pseud. de Émile-Auguste
Chartier Disse a seguinte frase: “Bem longe
de me dizer que a verdade está longe de mim e separada de mim, tenho, pelo
contrário, o sentimento de que seguro verdades sobre verdades e, num certo
sentido, tudo o que se pode saber”.
Com toda a
certeza, se estamos aqui hoje é por que julgamos ter conhecido a verdade e por
ela temos sido libertos, mas quais as características de uma pessoa que conhece
a verdade e foi liberto pela verdade? Por que Jesus declarou com toda a
convicção “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará?
I. Uma pessoa que conhece a verdade e
por ela foi liberta, RECEBEU PERDÃO DOS
PECADOS E NÃO VIVE MAIS PECANDO (João 8.1-12).
Antes de
chegarmos à declaração de Jesus sobre o conhecimento da verdade e a liberdade
pela verdade, precisamos entender o que o levou a esta declaração. Vemos uma
mulher que foi pega em pleno ato de adultério e a lei dizia que aquele que
fosse pego adulterando deveria ser apedrejado até a morte. Jesus conhecia os
corações e sabia que todos eram pecadores e até mesmo adúlteros piores do que
aquela pobre mulher e a declaração de Jesus para aqueles “juízes”, que queriam
fazer valer a lei, foi: “Quem não tiver pecado, lance a primeira pedra”.
Podemos imaginar a decepção daqueles homens que tinham como objetivo pegar
Jesus em alguma falha para leva-lo a julgamento e puni-lo a morte. Todos ali
eram pecadores. Todos se encaixavam com a declaração do apostolo Paulo: “Todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). Todos ali estavam
presos a uma falsa verdade, ou podemos afirmar uma verdade que aparentemente
lhes favoreciam e servia de escape para os seus mais sinistros e horrendos
pecados. O que dizer de homens que se declaravam conhecedores da verdade, mas
em dado momento se deparam com o seu próprio eu, revelando uma vida de mentiras?
Por outro
lado, vemos a mulher, na qualidade de ré e transgressora da lei, pronta para
receber a declaração de culpada, mas o que ela recebe é uma palavra de perdão.
Aquela mulher esperava a sentença de morte, mas recebe uma sentença de vida;
ela esperava palavras ásperas, mas recebe palavras de amor.
Ah, meus
amados, se realmente conhecêssemos a extensão do amor de Cristo por nós,
valorizaríamos mais esse amor; se tão somente imaginássemos que a nossa
condição era de adúlteros e malfeitores, mas o Senhor lançou o seu olhar de
amos para conosco, poderíamos servir melhor a causa do Mestre. Aquela mulher
não só foi perdoada, mas recebeu uma advertência de que não deveria pecar mais,
“Vai-te, e não peques mais”, disse Jesus. Aquela mulher chegou ao pleno
conhecimento da verdade. Aquilo que tanto os grandes filósofos procuraram
durantes as suas vidas e não encontraram, aquela simples mulher acabara de
encontrar, a verdade absoluta, que estava o tempo todo com Cristo.
II. Uma pessoa que conhece a verdade e
por ela foi liberta, VIVE EM PERFEITA
HARMONIA COM A PERFEITA VONTADE DE DEUS.
Uma vez que
o crente foi justificado por Jesus Cristo, deve andar “de modo digno da vocação
a que fostes chamados” (Ef 4.1). Isso será demonstrado através de nossa conduta,
o nosso viver diário. A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa
transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo. Somente por meio
da Palavra de Deus é que iremos saber se estamos vivendo em perfeita harmonia
com a vontade de Deus, pois há uma grande necessidade de mantermos nossa
conduta exemplar neste mundo. Mas em meio todas essas informações, o que
significa está em harmonia com a vontade de Deus. Podemos ver acima de tido que
uma pessoa que conheceu a verdade e por ela foi liberto, ela ama viver em
harmonia com a vontade de Deus e vive em obediência a esta vontade. Devemos
compreender que uma pessoa liberta e obediente à vontade de Deus não vive:
a) Uma vida de mentira, pois foi liberta
pela verdade;
b)
Uma
vida sem compromisso, pois está engajado em algo muito mais superior que este
mundo, o Reino de Deus;
c)
Uma
vida de falsidade, pois goza da liberdade da verdade.
O crente
fiel de vive uma vida compromissada com a santidade, pois reconhece que foi
eleito para este fim (Ef 1.4) e que sem ela, não pode contemplar a face de Deus
(Hb 12.14).
Seguindo
esses padrões, poderemos iniciar a nossa caminhada em perfeita harmonia com a
vontade de Deus, pois devemos entender que a nossa própria vontade nada é e que
a mesma está submissa à vontade de Deus.
III. Uma pessoa que conhece a verdade
e por ela foi liberta, VIVE COMO LIBERTO
E NÃO COMO LIBERTINO.
Muitos
crentes confundem liberdade com libertinagem. Podemos entender que liberdade
significa livre de algum julgo, peso ou algema, porém libertinagem significa
uma pessoa que vive uma vide de devassidão.
Alguém que exerce libertinagem é alguém
devasso, dissoluto, licencioso (que abusa da liberdade), ímpio,
insubordinado e que não é submisso. A libertinagem é um mau uso
da liberdade de um indivíduo, é a extrapolação da liberdade. Muitas pessoas
confundem liberdade com libertinagem, usando essa confusão para excederem os
limites sem sentirem peso na consciência.
O apostolo Paulo exorta aos crentes da Galacia a terem cuidado para não
usarem da liberdade como desculpa para a ação pecaminosa, ou seja darem ocasião
a carne (Gl 5.13). O Salmista nos ensina que se é possível a uma pessoa andar
em liberdade quando se busca e observa os preceitos do Senhor (Sl 119.45). O
apostolo Paulo ainda exorta-nos em 1 Cor 8.9, a vigiarmos para que a nossa
liberdade não seja entendida como escândalo para os fracos, ou seja, Paulo
estava mostrando que muitas pessoas confundiriam a liberdade com a libertinagem
e isso não seria apenas pecado pessoal, mas se abrangeria a outras pessoas de
forma que o evangelho seria escândalo para aqueles que eram fracos na fé como
também aos ímpios.
Por fim, devemos observar nas palavras do apostolo Pedro, um exemplo de
uma verdadeira liberdade, quando ele diz: “Tendo
o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de
vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas
obras que em vós observem”, (1 Pedro 2:12) e ainda diz que devemos viver “como livres, e não tendo a liberdade por
cobertura da malícia, mas como servos de Deus”, (1 Pedro 2:16). É possível
identificar uma pessoa que se encaixa com o perfil de liberto em Cristo pelas
seguintes observações:
a. NO SERVIÇO CRISTÃO
b. VIDA PRÁTICA
b.a. Conduta em Relação à
Sociedade
b.b. Conduta em Relação às
Autoridades
b.c. Conduta em Relação aos
Fracos na Fé
1) não devemos
julgar os outros (14.1-12);
2) não devemos tentar
uns aos outros (14.13-23);
3) seguir o amor de
condescendência e amor de Cristo (15.1-13).
Observando esta verdade estamos
próximos ao texto que iniciamos: “Conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará” e perceberemos que servir a Cristo não é apenas declarar que é de
Cristo, mas com a nossa vida, mostrar Cristo em nós.
Pr. Davi Gomes do Nascimento